Pré-jornada no Panamá dá espaço ao Encontro Mundial da Juventude Indígena

24 de janeiro de 2019

“Assumimos a memória do nosso passado para construir esperança com coragem”

Este foi o título da mensagem final do Encontro Mundial da Juventude Indígena (EMJI) de 2019, que aconteceu no Panamá, no período da pré-jornada (de 17 a 21 de janeiro de 2019). Os encontros fizeram parte da programação dos chamados “Dias nas Dioceses”, que consistem em uma série de formações e celebrações, neste caso, especialmente direcionadas ao povo indígena da América Latina.

Participaram do encontro jovens indígenas de 12 países, representando 40 povos indígenas, que puderam compartilhar da fé em Jesus Cristo e da riqueza milenar de suas culturas. Foram abordados temas como “a memória viva” dos povos indígenas, “a importância de viver em harmonia com a Mãe Terra” e de esses povos serem também “protagonistas na construção do outro mundo possível”.

Papa Francisco também enviou uma mensagem no início do EMJI, onde ele faz um convite à juventude indígena: “Tome conta das raízes, porque a partir das raízes vem a força que vai fazê-los crescer, florescer e frutificar “.

Em uma atmosfera de dança, música e oração, também foram compartilhados “testemunhos poderosos que surgem das realidades de nossos povos, como suas lutas, anseios, sonhos, esperanças e tristezas, das quais brota o choro da Mãe Terra e seus filhos oprimidos. Entre as numerosas violações à dignidade de nossos povos, ouvimos das invasões e exploração de territórios originais, governos que violam as leis de proteção cidadã, as transnacionais e os grandes projetos econômicos que violam a Casa Comum através da mineração, desmatamento, construção hidrelétrica e turismo invasivo. Da mesma forma, reconhecemos com dor que as autoridades e governos, que devem cuidar da população em geral, especialmente os mais fracos, criam alianças com poderes econômicos para realizar seus interesses individuais, marginalizando os outros”, diz a mensagem final do encontro.

O encontro ainda deu voz a questionamentos sobre o sofrimento dos povos Naso e Emberá, no Panamá, devido à falta de resposta governo para a demarcação de seu território, bem como o massacre dos povos indígenas no Brasil, especialmente os Guarani, Kaiowá e Karipuna, que vivem com uma ameaça iminente de genocídio e, ainda, o massacre de jovens nicaraguenses para defender os direitos de seu povo.

Diz ainda a nota: “Portanto, nós, jovens indígenas, reunidos em uma só voz, exigimos respeito pela nossa diversidade, visões de mundo e nossos modos de viver, manifestados nas práticas do Bem Viver. Da mesma forma, nós, como povos indígenas, reconhecemos que a terra é nossa mãe, por isso exigimos o cuidado da Casa Comum para que todos os povos tenham vida e um futuro para oferecer às novas gerações porque nesta terra estamos entrelaçados”.

o documento termina com um apelo às autoridades, para que se possam “reconhecer e demarcar territórios indígenas, e fornecer uma educação que respeite as culturas do nosso povo como culturas diferentes, com suas próprias riquezas e sabedoria”. Também fazem um pedido à Igreja, para viabilizar “espaços apropriados para viver nossas espiritualidades, nossas cosmovisões, heranças de nossos avós, e respeito pelas teologias particulares de nossos povos, frutos da síntese entre a nossa fé ancestral e a plenitude da nossa esperança na pessoa de Jesus Cristo”.

Chegou a hora de viver com alegria a face indígena da Igreja!

 

Fonte: Comitê Organizador do EMJI 2019

Foto: Google / ilustrar jovens índios


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